quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Crack afeta 83% das cidades do Piauí


     Pesquisa realizada em 152 municípios piauienses indica que 83,55% deles têm problemas na área de saúde por causa do crack. O impacto da droga também está presente na segurança pública (58,5% de cidades afetadas) e na assistência social (44,6%), de acordo com a sondagem divulgada na segunda- feira pela CNM (Confederação Nacional de Municípios).
     Dos 152 municípios do Piauí pesquisados, 127 deles responderam que têm problemas com circulação de crack, sendo que 20 municípios avaliam o problema como de alta complexidade; 55 como média e 55 como baixa.

     A pesquisa da CNM mostra que no Piauí, dos 152 municípios pesquisados, 133, um percentual de 86,84%, têm problema com o consumo de drogas. Do total de municípios pesquisados, 125 deles, isto é, 82,23%, declararam que enfrentam problemas por causa da circulação das drogas.
     De 127 municípios que responderam que enfrentam problemas com o consumo de drogas, cinco afirmaram que é por causa do crack; 56 responderam que os problemas estão relacionados com outras drogas; e 64 são com crack e outras drogas.
     O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, afirmou que a primeira pesquisa para mensurar o impacto do crack será concluída no próximo fim de semana, mas antecipou que os resultados são “alarmantes”. Entre os problemas gerados pela droga estão o impacto na economia e o crescimento da violência motivada pelo crack tanto nas áreas urbanas como no campo.
     A primeira sondagem da confederação, realizada no ano passado, tratou da presença nacional do crack: 98% dos municípios brasileiros já tinham detectado a droga em seus territórios. A novidade deste ano é o aprofundamento dos dados, que mostram o real impacto da droga nos municípios. O indicador de saúde é o que mais se aproxima da percepção do problema, segundo a confederação.

SEM ESTRUTURA

     A CNM apontou “falta de estrutura para atendimento de usuários e a quase unânime falta de recursos financeiros para aplicar em políticas de prevenção de tratamento, reinserção social e combate ao tráfico. A maioria dos municípios afetados por drogas em geral fica na região Sudeste, a mais populosa do Brasil.
     A CNM indicou que 1.264 cidades sofrem com o problema. No Nordeste, são 1.108. Sul (952), Centro-Oeste (354) e Sul (952) aparecem em seguida.
“Nessas cidades, o crack já é majoritário, já traz mais problemas do que maconha e mais do que cocaína”, disse Ziulkoski, que criticou o governo federal por não contar com um sistema integrado para buscar esses dados.
     “Estamos fazendo um esforço, em uma entidade com dois funcionários. Onde está a estrutura de poder para ajudar?”, disse.